- Rodrigo, eu vi nas notas de rodapé da televisão que o João Aguardela morreu. Sabes de alguma coisa?
As palavras de minha mãe caíram como um ataque fulminante aéreo, que destrói aleatoriamente tudo por onde passa. Encostei-me à cadeira, a ver o que iria acontecer a seguir. O choque agravou-se com o facto de nem sequer saber que estava doente.
Sendo esta a primeira vez que lido com a morte de um artista que está no topo dos meus preferidos, não sabia sinceramente o que iria acontecer depois de desligar o telefone. Aconteceu o que acontece a qualquer ser humano que se sente ligado a outro: chorei.
Chorei sozinho no quarto enquanto ouvia a “Vida de Marinheiro”. Desci as escadas, e anunciei:
- Maura… o Jo… João Aguardela morreu.
Subi imediatamente as escadas. Acho que a Maura não tem o direito de me ver chorar por causa disto.
Lembro-me muito bem da primeira vez que ouvi a “Vida de Marinheiro”. A sala transformou-se num imenso salão de baile com minha mãe e eu aos pulos.
Comigo tenho apenas o segundo álbum dos Sitiados “E Agora?”.
Estou a ouvir canções que fizeram a minha juventude mais feliz. E pergunto:
- E agora?
Agora espero que Portugal inteiro se lembre do João Aguardela como um dos músicos mais criativos e irreverentes da música popular portuguesa. O João Aguardela ousou misturar a música popular portuguesa com a música pop. À semelhança do que fizeram os Pogues com a música irlandesa. Foi mais longe com o seu projecto Megafone, em que misturou captações de rua de cantos populares com sons techno.
Depois de muitas horas de divertimento e riso ao ouvir os Sitiados, por agora choro mais um pouco enquanto tento publicar este texto.
As palavras de minha mãe caíram como um ataque fulminante aéreo, que destrói aleatoriamente tudo por onde passa. Encostei-me à cadeira, a ver o que iria acontecer a seguir. O choque agravou-se com o facto de nem sequer saber que estava doente.
Sendo esta a primeira vez que lido com a morte de um artista que está no topo dos meus preferidos, não sabia sinceramente o que iria acontecer depois de desligar o telefone. Aconteceu o que acontece a qualquer ser humano que se sente ligado a outro: chorei.
Chorei sozinho no quarto enquanto ouvia a “Vida de Marinheiro”. Desci as escadas, e anunciei:
- Maura… o Jo… João Aguardela morreu.
Subi imediatamente as escadas. Acho que a Maura não tem o direito de me ver chorar por causa disto.
Lembro-me muito bem da primeira vez que ouvi a “Vida de Marinheiro”. A sala transformou-se num imenso salão de baile com minha mãe e eu aos pulos.
Comigo tenho apenas o segundo álbum dos Sitiados “E Agora?”.
Estou a ouvir canções que fizeram a minha juventude mais feliz. E pergunto:
- E agora?
Agora espero que Portugal inteiro se lembre do João Aguardela como um dos músicos mais criativos e irreverentes da música popular portuguesa. O João Aguardela ousou misturar a música popular portuguesa com a música pop. À semelhança do que fizeram os Pogues com a música irlandesa. Foi mais longe com o seu projecto Megafone, em que misturou captações de rua de cantos populares com sons techno.
Depois de muitas horas de divertimento e riso ao ouvir os Sitiados, por agora choro mais um pouco enquanto tento publicar este texto.
1 comentário:
EU sou soube agora desta noticia, e estou simplesmente abismada, nem sabia q ele estava doente. Que perda para a nossa música. Cresci embalada por um marinheiro, e agora ele segue para outra viagem. Os meus sinceros sentimentos a todos os q dele estavam mais próximos.
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